Hoje é dia de diversas mobilizações em todo território nacional. Organizações políticas, movimentos sociais e as mais variadas categorias profissionais sairão às ruas contra a Reforma da Previdência. No ano passado, o governo golpista de Temer enviou ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê a alteração das regras da Previdência Social. Dentre as principais alterações programadas, o aumento do tempo mínimo de contribuição para solicitar a aposentadoria de 15 para 25 anos, a equiparação da idade mínima entre homens e mulheres para 65 anos e o aumento do tempo de contribuição para solicitação da aposentadoria integral para 49 anos são os principais ataques aos direitos dos trabalhadores brasileiros. Para se aposentar integralmente aos 65 anos, um trabalhador precisará contribuir ininterruptamente desde os 16 anos de idade com registro comprovado na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social).
O governo ilegítimo argumenta haver um rombo orçamentário e que a Reforma da Previdência é mais um dos cortes necessários para a “ponte para o futuro”. Essa falácia reside na análise isolada da Previdência Social, que sozinha apresentaria um déficit nas contas do governo federal. Entretanto, a Previdência Social faz parte da Seguridade Social que avaliada no todo (Previdência Social, Saúde e Assistência Social), na verdade, é superavitária*. Os retrocessos programados pela Reforma da Previdência representam ofensivas diretas à classe trabalhadora em toda sua heterogeneidade. A mudança nas regras da aposentadoria impactará a vida dos trabalhadores em geral, mas afetará de maneira desigual os trabalhadores mais pobres e moradores das periferias, os trabalhadores rurais, as mulheres, as pessoas negras e LGBT. Estes encontrarão barreiras intransponíveis para acessar o benefício e provavelmente trabalharão até a morte sem se aposentar.
Na cidade de São Paulo, os metroviários decidiram fazer greve de 24h e os motoristas de ônibus realizaram um paralisação no período da meia-noite até as 8h da manhã. Outras categorias como os químicos, metalúrgicos, bancários, professores da rede estadual e municipal também aderiram as mobilizações para barrar a Reforma da Previdência. Pelos motivos supracitados, as atividades do Cursinho Popular e o Centro de Línguas estarão suspensas hoje. Sendo assim, os professores e funcionários da ACEPUSP se solidarizam com todos os trabalhadores que saírem às ruas hoje e apoiam o Dia Nacional de Mobilizações contra a Reforma da Previdência Social.
Convidamos a todos para que se juntem ao ato desta quarta feira na Avenida Paulista a partir das 16h em frente ao MASP.
Unidos contra a Reforma da Previdência!
* A Previdência Social não tem Déficit (http://plataformapoliticasocial.com.br/wp-content/uploads/2016/02/Revista_28.pdf)